Páginas

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A cidade de Lisboa sobre o ponto de vista dos roteiros turísticos brasileiros! É de ir às lágrimas com tanta ignorância!



Queridos cibernautas e bloguístas, quer sejam portugueses ou de outras nacionalidades, o que vão ler a seguir é de ir às lágrimas com tamanha ignorância!
Trata-se de uma apresentação sobre a cidade de Lisboa, que conta numa conceituada publicação de grande tiragem, especializada em turismo e que circula por toda a América Latina, de nome “Turismo & Negócios”:

A capital de Portugal, Lisboa, é a porta de entrada para a Europa. A cidade está em ascensão turística. O idioma oficial é o português, mas fala-se fluentemente o espanhol. É uma civilização marcada por diferentes costumes, de origem europeia e africana. Sua arquitectura é essencialmente gótica. Banhada pelo Oceano Pacífico e tendo como principal rio, o Tejo, Lisboa tem entre seus vultos históricos nomes importantes da história do Brasil, haja vista que já fomos colónia portuguesa. D. Pedro I e II, D. João VI e D. Maria Leopoldina, entre outras, figuram em nomes de ruas, museus e demais patrimónios públicos. Lisboa é uma cidade plana, de velhos mas bem conservados casarios, clima tropical húmido, temperatura variável, fria no Inverno e quente no Verão, mas nada comparável ao calor brasileiro. Graças ao estreito de Gibraltar, Portugal liga-se também ao Oceano Atlântico. O curioso é que quase 2/3 da capital portuguesa desapareceram após a II Guerra Mundial, mas o primeiro-ministro de então, Marquês de Pombal, providenciou a recuperação das ruínas, com orientação de excelentes arquitectos, reservando a originalidade das construções. (...)”

in Revista Turismo & Negócios - Maceió, Brasil

É verdade que grande parte da população brasileira tem a escolaridade mínima, mas isto é um chorrilho de asneiras, de quem é mesmo muito ignorante! Como é possível permitirem tanta asneira numa publicação! Aliás, se este artigo de tão poucas linhas diz o que diz, o que dirá o resto da revista! Questiona-se a qualidade da mesma.
Nem vale a pena apontar os erros todos, pois desde “(…)mas fala-se fluentemente o espanhol.” (si coño de puta madre; a mim me encanta los caramilhos com piñones) a “Sua arquitectura é essencialmente gótica” (será que eles sabem o que distingue a arquitectura gótica dos outros estilos arquitectónicos?), já para não falar de que de geografia não devem saber nada, ou não diriam que é “banhada pelo Oceano Pacífico” (o que dá imenso jeito quando queremos ir à Polinésia, que deve ser ali logo a seguir a Cascais!). Também ri bastante quando o artigo refere que “Lisboa é uma cidade plana” (quem apelidou Lisboa como sendo a “Cidade das 7 colinas” devia estar alcoolizado e não devia saber contar…e certamente tinha boas pernas para pedalar por Lisboa!). De resto, quem dera a Milão ter a nossa “planura”!!!). E o nosso clima? Ui!! “clima tropical húmido”! (Aquelas palmeiras no Parque das nações nunca me enganaram! Nem elas nem a Mata de Monsanto que só pode ser uma floresta tropical! Pena nunca ter visto Tucanos das vezes que lá fui! E já reparam no esforço que Lisboa fez para se reerguer dos escombros dos bombardeamentos da II guerra Mundial!? É que segundo o artigo, “quase 2/3 da capital portuguesa desapareceram após a II Guerra Mundial”, mas graças ao Marquês de Pombal que por sinal era amicíssimo do Dr. António Salazar é que recuperou tudo isto!!!!  Mas estou baralhado! Terá sido o terramoto de 1755 que destruiu parte da cidade???!!! Nem vale a pena continuar a enumerar mais das muitas “pérolas” deste artigo.
Chega de tanta ignorância. Será que a quantidade absurda de brasileiros a trabalhar actualmente em Portugal não leva um pouco de cultura para o seu país (por sinal, das poucas coisas acertadas que o artigo indica foi terem sido uma colónia nossa), quando lá vão passar 1 mês inteiro de férias? Era de esperar um pouco mais de cultura de país que tem uma bienal como a do Rio de Janeiro, que é das mais emblemáticas expressões da arte contemporânea.
Crónicas de um Universo Paralelo

Crónicas de um Universo Paralelo