É com muita tristeza que se observa, de dia-para-dia, uma sobreposição das políticas capitalistas sobre as preocupações do estado social. Aliás, infelizmente, cada vez resta menos do estado social e de todas as políticas sociais dos governos anteriores!
Nunca escondi a minha preferência pela Esquerda moderada, nem tão pouco a minha defesa pelas políticas sócio-económicas que sirvam o desenvolvimento cultural, económico e tecnológico, numa premissa com as preocupações sobre a saúde pública, com a liberdade e a fraternidade, sem nunca esquecer os valores tradicionais, os valores e a boa e correta educação (não apenas a educação escolar, mas também os princípios e alicerces da personalidade dos indivíduos que formam as sociedades modernas).
Não podemos aceitar de forma branda, o que se está a passar no nosso país e no mundo. De mês para mês, perdemos cada vez mais capacidade económica! De mês para mês, são-nos retirados os benefícios do estado social! A direita afirma-se contra os abusos do estado social (que tem que se reconhecer que existiam e que, nesse aspecto, ainda bem que têm sido minorados), mas esquece-se que o rigor orçamental não pode afectar apenas a classe média! Não podem ser as classes mais baixas a pagarem a factura desta crise! Não podemos aceitar que, apesar do sacrifício pedido aos portugueses, o défice seja de 6,9%, claramente acima das metas indicadas pela Troika (não que a apoie, mas reconheço que o rigor orçamental é necessário em tempo de crise)! Mais uma vez, o nosso Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, que apesar de tudo merece o respeito dado a uma figura de estado, persiste em falhas e gralhas constantes e permite os "Jobs for the boys" (pelos vistos, os "Jobs for the boys" não são apenas nos governos socialistas!) e as asneiras do Sr. Miguel Relvas e da escória que os rodeia, quer por interesses obscuros ou claramente pessoais. É inaceitável que as promessas eleitorais que colocaram o PSD e o CDS no governo deste país (conseguindo assim o desejo de longa data, de terem um Presidente e um governo da mesma cor política), não tenham passado disso mesmo: Promessas! Promessas vãs, mentiras políticas e hipocrisias que serviram apenas para a eleição.
É muito bonito o discurso do "sacrifício", mas não podem ser sempre os mesmos a pagar e sofrer! Não queremos mais discípulos da Sra. Merkel e do Sr. Sarkosy e temos que deixar de achar que as economias do Mediterrâneo são iguais às do Norte da Europa e que o economicismo deve ser o estandarte da luta contra esta crise provocada pelo Neoliberalismo. "O Caminho da Servidão" de Von Hayek não é de todo o caminho a seguir e o Nacional Socialismo felizmente foi desacreditado.
Não apelo à anarquia de um "V de Vendetta", nem ao Socialismo revolucionário ou utópico e tão pouco pretendo apelar ao tumulto social. Mas acho sinceramente que caminhamos a passos largos, para um Totalitarismo economicista assustador, ao qual nos devemos opor!